segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Os paradoxos do Ciclo da Borracha

 Por Stefane Fontes e Pâmela Ketulem     
 
           Período contado por alguns como um verdadeiro progresso econômico na Amazônia por meio da disseminação da face oficial do látex a partir da paisagem urbana, assim como a riqueza em abundância em Manaus e Belém onde o dinheiro circulava livremente. Marcado pela importância do Amazonas como principal produtor enveredando sua economia para atender à crescente demanda. Mas na verdade, nem tudo foram flores, esse período também foi marcado por muito sofrimento, guerras e regime escravo. O período da economia do látex perpassa toda a Amazônia brasileira e internacional, mas vamos nos ater aos estados do Amazonas e Acré. A premissa da riqueza através da borracha se espalhou como pólvora dentre os futuros candidatos a seringueiros, como oportunidade de uma vida melhor. Assim se iniciou a realidade daqueles que para cá vieram com essa ilusão.  A migração de nordestinos e brasileiros de outras regiões, além da imigração de ingleses franceses, judeus, gregos, portugueses, italianos e espanhóis. Não é segredo para ninguém que o processo extrativista era penoso e demandava muito sacrifício. Embora até 1820, o Amazonas tivesse a agricultura do algodão, café, tabaco, anil, guaraná, cacau e as atividades industriais, o extrativismo da borracha parecia irrelevante. Isto, porque, juntamente com os aspectos de desenvolvimento da região vieram também os aspectos negativos que pioraram o abastecimento pela agricultura de subsistência.     
         O seringueiro não recebia um salário por seu trabalho, não tinha sua casa própria; tudo era cedido e depois pago com o suor da borracha num regime de troca. A dívida não acabava nunca. Para comer, os seringueiros e sua família dependia dos armazéns, ou seja, com o passar dos anos sem perspectivas de liberdade para voltar para a terra de origem. O seringueiro se via numa sinuca de bico e se entregava a tomar cachaça e dever eternamente o senhor do seringal, às vezes, a dívida ganhava uma proporção maior com a entrega da própria esposa do seringueiro. Uma situação difícil para o chefe de família, mas muito comum no período da borracha. Os estatutos da sociedade da nova sociedade, que quis viver, receberam esta base: não poder o seringueiro abandonar o seringal, sem estar quite para com o patrão.       O sonho do governador Eduardo Ribeiro, na época, era uma Manaus imensa, urbanizada e próspera, como uma Paris dos Trópicos. Os coronéis da borracha enriquecidos na aventura resolveram romper a órbita cerrada dos costumes coloniais, a atmosfera de isolamento e tentaram transplantar os ingredientes políticos e culturais da velha Europa. Manaus foi a única cidade brasileira a  mergulhar de corpo e alma belle-époque. A boa vida estava escudada por uma conveniente hipocrisia vitoriana.  
 
 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mural da visita ao Museu do Seringal

Jessica Trajano

•                 Conhecimento é sempre bem-vindo, por isso a visita ao museu do seringal foi ótima para me aprimorar ainda mais sobre a época da borracha. Uma viagem ao passado. Sabendo das dificuldades e injustiças cometidas com aqueles broncos extrativistas, um marco histórico para a região amazônica. A vida no seringal não era fácil, era nítida a facilidade dos coronéis em se aproveitarem da ingenuidade do seringueiro, tornando-o assim escravo do seu próprio trabalho. Viviam com o intuito de trabalhar e ajudar sua família, porém a realidade era outra, viviam em péssimas condições e a cada instante se individando com os seringalistas. Mais uma triste realidade do Brasil, em que os estrangeiros roubam nossos bens naturais".

 
 
 
Jackson Rodrigues

 
George Alexandre
                A visita ao museu foi pra uma viagem ao passado, pois estar em um ambiente que reproduz com riqueza de detalhes me fez compreender que o apogeu do ciclo da borracha.Os coronéis conquistaram suas fortunas através do sangue de várias etnias indígenas e dos nordestinos. Neste período mesmo conquistando uma posição na classe social, sofriam preconceito pelos burgueses de outras regiões do país
 
          
            Local muito bom para estudar, não só de universitários, mais de todos que são estudantes em geral, O museu foi local de gravação do filme "A Selva". Lá encontram-se relíquias do tempo da borracha, como o próprio látex, na visita você tem uma verdadeira aula sobre o período da borracha, assunto que nenhum professor de história explicava direito, além disso, conseguimos viver um pouco na forma de seringueiros. 








segunda-feira, 14 de outubro de 2013

As Riquezas Destinadas à Burguesia

 

Por Jéssica Trajano e Joelly Cristina
        Na época do látex, era explícita a desigualdade sobre o padrão de vida entre o seringalista e o seringueiro, as mulheres eram escassas e os seringueiros eram submetidos a escravidão, ocasionada por dívidas oriundas por sua prolongável estadia nas terras da seringueira.
        Os coronéis apesar de viverem em plena selva, viviam cercados de luxo, suas mesas eram fartas; seus bens materiais eram todos importados, possuíam muita prata, porcelana portuguesa, e cristais Italianos, além de  telas que eram trazidas da Europa para enfeitar suas casas. Suas mulheres também eram cercadas de luxo e diferenciadas pelos chapéus, quanto maior o chapéu, maior a posição social. Levavam suas roupas sujas para serem lavadas na Europa, Paris ou Lisboa, porque diziam que a água do rio negro as sujariam.
        Os homens compravam charutos cubanos e acendiam com uma nota de cem mil réis (a moeda da época) e o charuto mais gostoso era acendido por uma nota de quinhentos mil réis, tudo somente por pura ostentação.
        Muito diferente da vida dos seringueiros que era precária. O seringueiro tinha de pagar por tudo que ele chegasse a consumir, até mesmo, os instrumentos utilizados no seu trabalho era  posto em uma agenda de dívidas, os mesmos viviam confinados no seringal sem qualquer possibilidade de uma vida digna, isso acontecia por não obterem conhecimento, por conta disso, os coronéis aproveitavam-se e os enganavam.
        Enfim, tudo naquela época era de acordo com os mandos e desmandos desta sociedade hierarquizada, que explorava a inocência de homens em busca por uma vida melhor em terra desconhecida, tornando-os assim escravos da economia do látex.

Imagens  feitas numa das casas dos seringalistas da época (Amazonas)

Casa do Cel. Juca Cristão (SERINGALISTA)

PORCELANAS E CRISTAIS IMPORTADOS
BAÚ CHINÊS


 
         Na Belle-Époque a educação e as riquezas eram destinadas a sociedade burguesa, ou seja, aos coronéis. As leis também em parte eram impostas por eles com o passar do tempo. O nacionalismo estava se perdendo, com isso, os broncos extrativistas, aqueles menos favorecidos, deixaram-se seduzir pelo internacionalismo burguês, comandado pelos tais coronéis que mantinham suas senhoras em casa, cercadas de luxos e afazeres fúteis, para serem bem vistos pela sociedade. Entretanto gostavam de desfrutar das belas polacas francesas. Enquanto os seringueiros, pelo fato de viverem presos a um trabalho estuante e escravo eram obrigados a dançarem com os demais como mulheres nos bailes. A maioria das mulheres também eram vistas como um bem comercial, não havia diferença entre homem e mulher o trabalho era dado de forma igual para ambas as partes, pois na época do látex tornar-se-ia uma sociedade falocrata.
 
 
 
Foram selecionadas 4 imagens ilustrando a era da Belle-Époque.



A sociedade burguesa
fonte:
 
A vida escrava dos seringueiros
fonte:


As belas polacas francesas
fonte:


















A boa vida dos coronéis
fonte:


Vocabulário
 
Falocrata: diz-se de ou indivíduo que crê superior às mulheres em razão de sua masculinidade; machista.

Polacas: prostitutas francesas

Estuante: agitada, fervente e agitado







 

domingo, 29 de setembro de 2013

MÃO DE OBRA ESCRAVA NO CICLO DA BORRACHA

Mão de obra escravizada

Fonte da imagem:www.megaartigos.com.br/ciclo-da-borracha-no-amazonas



Por Jackson Vieira

       O látex se torna uma economia mundial, mas antes disso os índios já faziam o uso da borracha de forma artesanal; com o passar do tempo, houve a cobiça por este insumo, que era volátil que poderia ser usado na fabricação de pneus, sapatos etc. Os coronéis da borracha chegaram nos seringais e se apropriaram das terras, usando os nativos como escravos, e cada vez traziam mais  índios de suas aldeias, eles os chamavam de escravos da amazônia, os indígenas não aceitavam viver desta forma, pois sempre viveram de forma sustentável ( a floresta os oferecia frutas, animais de caça e os seus remédios naturais), os conflitos entre os indígenas e os senhores dos seringais acabam com varias etnias.
     Foi necessário a busca de trabalhadores para os seringais, com a promessa de enriquecimento conseguiram atrair os nordestinos. Assim como os indígenas os nordestinos não aguentavam sua jornada de trabalho começavam a trabalhar as 4 horas da manhã e terminavam seu expediente as 5 horas da tarde, como se não fosse o bastante trabalhar em condições sub-humanas, muitos morriam de doenças típicas na região como: malária, febre amarela e hepatite.
     Eles não tinham como denunciar, pois estavam na floresta amazônica, longe da civilização, e era disso, que os coronéis se aproveitavam para fazer o que ele bem queriam, muitos nordestinos deixavam suas famílias para ir em busca de melhores condições de vida e jamais retornaram para suas  famílias.  
 
                                                                                                               

A Economia da Época.

             Mesmo com a existência de inúmeras divergências políticas da época, a Manaus da Belle-Époque consegue se erguer em sua economia regional, solidificando assim sua base.



                Atingindo o 1° lugar da época sobre exportação, entre 1847 à 1860, afim de crescer complementando futura atividade que transparecesse o período "Áureo".
                À partir da chegada da independência, agentes econômicos do Grão-Pará e Rio Negro sofrem com a ordem imperial  bastante rígida e sólida.
                Com o crescimento da borracha, à chegada de ideais federalistas e da classe dominante regional seriam inevitáveis garantindo um futuro tão desejado pelo monopólio da "Hévea".
               Após o golpe militar, em 15 de novembro, todo sonho amazônico é surpreendido com a instalação de governos provisórios entre o Pará e o Amazonas, devido a inexistente falta de confiança dos políticos da época.
               Foram nomeados sucessivos interventores pela republica até que a mesma tivesse certeza que a Amazônia não correria o risco de se transformar em "Vendéia". A República confiara em instalar alguns militares, pois estes expressavam a ideia de total progresso positivista, o que não se encontrava ou era quase nulo em políticos da região, pois estes pareciam incapazes ao saber aproveitar a economia gerada pela borracha, impossibilitando as divisas em libras esterlinas, que seriam necessárias para o equilíbrio comercial em seu âmbito internacional do país, deixando a desejar o desenvolvimento urbano, portuário e ferroviário em regiões centrais do país naquela época, sendo o caso de construções de ferro no centro-sul , que perduram até hoje, a ideológica reforma urbana no Rio de Janeiro e as ampliações que seriam necessárias nas instalações no Porto de Santos, que fica localizado no litoral Paulista.
               Após tantos dissabores políticos e o governo de Eduardo Ribeiro ser tumultuado mesmo sendo indicado ao cargo, sofreu durante seus dois períodos de governo extensas e baixos ataques. Em 1900 foi Silvério Nery quem assumiu o poder e restabeleceu antigos sistemas administrativos, o que  tornou obrigatório o beneficiamento do sumário da borracha em Manaus.
           
                                                                                   Alexandre Belota e Igor Emanuel.